Geografia
Informações Gerais Sobre a Amazônia Brasileira
A Amazônia Legal Brasileira é formada pelos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e grande parte dos estados do Maranhão e Mato Grosso.
Características Gerais
A Amazônia brasileira constitui 60% de toda a região amazônica (Pan-Amazônia);
- possui o maior rio do mundo, o Amazonas, cuja extensão é de cerca de 6500 km;
- possui o ponto mais alto de todo o território brasileiro, o Pico da Neblina;
- abriga a maior diversidade de fauna e flora do planeta;
- abrange uma superfície equivalente a mais de 30 países da Europa;
- possui a maior reserva mineral do planeta;
- abriga mais de 20 milhões de habitantes
Território, Solo, Clima e Florestas
A Amazônia é uma floresta pluvial tropical latifoliada, concentrando uma fantástica diversidade biológica, cujo rio Amazonas e seus afluentes contém o maior volume de água doce, correspondendo, aproximadamente, a 20% de todas as águas continentais da superfície terrestre. Em uma área de mais de 370 milhões de hectares, o equivalente a 45% do território brasileiro, situa-se a Amazônia Clássica, abrangendo os setes Estados que compõem a Região Norte, ou seja, o Amazonas, Pará, Amapá, Acre, Rondônia, Roraima e Tocantins. A Amazônia Legal, instituída na época da SUDAM, tem aproximadamente, 4.978.247 Km2, incluindo além dos Estados da região Norte do Brasil, o Noroeste do Maranhão e o Norte do Mato Grosso. Limita-se ao N com a Venezuela, as Guianas e o Suriname; a NO, com a Colômbia; a O com o Peru e, a SO, com a Bolívia, cujas florestas tropicais formam juntas com a Amazônia Brasileira a chamada Pan Amazônica, com 7,5 milhões de Km2.
O clima apresenta condições peculiares da zona equatorial, faixa do globo terrestre onde dominam as altas temperaturas e baixas pressões atmosféricas. Portanto, prevalece o regime térmico com alta temperatura de ar acima de 25°C, oscilando suavemente durante o ano inteiro e o regime hídrico caracterizado por forte pluviosidade acima de 2000 mm e umidade elevada do ar. Por outro lado, durante o inverno do hemisfério Sul (junho a setembro) é possível ocorrer o fenômeno da friagem, devido à chegada da massa polar antártica que provoca a queda de temperatura no Sudoeste da Amazônia (Amazonas, Acre e Rondônia).
Como em geral no resto da Amazônia, as estações regulam-se, não pela temperatura, mas pelas chuvas, inverno na primeira parte com alta precipitação, e verão, na outra metade, com precipitação mais baixa, sendo esse regime responsável pelo desenvolvimento de uma exuberante vegetação, onde sobressaem dois tipos de florestas de significativo valor econômico:
· As matas de terra-firme, que equivalem a cerca de 330 milhões de hectares, onde se incluem as campinas, matas de cipó, bambus, destacando-se as matas densas com 306 milhões de hectares ou 3.063 mil Km2.. (Rev. Ciência Hoje e publ. Ecologia e Desen.: Maimon, Dália ? Rio de Janeiro: APED, 1992)). Essas florestas são caracterizadas por árvores de grande porte, dispondo na sua grande maioria, de raízes radiculares e superficiais, dependentes fundamentalmente de chuvas freqüentes; possuem alta heterogeneidade de espécies, detendo as madeiras nobres, constituindo-se em 90 % da cobertura vegetal da Amazônia. (Sioli, Harald ? Ecologia paisagística da Amazônia);
· As matas de várzea e igapó, perfazem, juntas, cerca de 7 milhões de hectares, sendo constituídas, geralmente, por árvores frutíferas e de madeira mole e pouco resistentes, que habitam faixas de solo ao longo dos grandes rios e cursos d´água, e por isso mesmo, sofrem influência das enchentes, ou em alguns casos, são permanentemente inundadas, sendo portanto, constantemente enriquecidas por nutrientes minerais;
Além das áreas florestadas, acima mencionadas, existem áreas ?não florestal? , correspondendo a 32.600.000 há, dentre as quais incluem e predominam a vegetação dos campos de terra firme com o equivalente a 15.000.000 ha; as campinas abertas com 3.400.000 ha; a vegetação serrana com 2.600.000 ha; campos de várzeas com 1.500.000 ha e outros tipos. Somando todos os tipos de ?florestas densas e vegetações rasteiras? têm-se 370 milhões de hectares. (Rev. Ciência Hoje e publ. Ecologia e Desenv. Maimon, Dália ? Rio: APED, 1992).
Os solos de floresta de terra-firme são, extremamente, pobres em nutrientes. Análises de solos como de água de igarapés (que representam extratos de solos) revelam e comprovam tal situação (Engº Camargo, 1949; Sioli, 1956;Sombroek, 1666; Falesi, 1972; Furch. 1984 e outros que se seguiram). (Publ. Ecologia Paisagística da Amazônia.- 1985).
Segundo o cientista Harald Sioli, essas características ecológicas são as mais importantes, pois oferecem a base da vida atual, e da vida futura da região, formando, em parte, um sistema de re-alimentação de nutrientes criado pela cadeia trófica. A manutenção dessas características em perfeito equilíbrio é o requisito indispensável para o funcionamento e a continuidade do ecossistema amazônico, rico em diversidade, mas pobre em nutrientes.
É pois a partir de sérios estudos, levando em consideração as características ecológicas, que se devem examinar e julgar os fins e as tecnologias de quaisquer planos e projetos de desenvolvimento, sejam eles de intenções agropecuária, industriais ou infra-estruturais, se não se quiser incorrer em danos irreparáveis, dos quais alguns são hoje bastante visíveis. (Sioli, Harald).
Sem antes partir para um programa que incentive uma ampla pesquisa, visando criar uma tecnologia nacional para o manejo de solos de clima equatorial da Amazônia, muita coisa que se fizer nessa Região, poderá só conseguirá êxito a um custo altíssimo, mais alto do que em qualquer outra região do país. Isto a história nos têm demonstrado ao longos dos anos. Desse modo mesmo a pecuária tão elogiada, atualmente, só pode decolar ao estágio em que está hoje graças ao significativo volume de recursos alocados pelos governos militares, através dos Incentivos Fiscais. Mesmo assim, devido o alto custo com a derrubada de árvores de alto valor econômico, a correção dos desníveis dos solos, a mão- de-obra escassa, o combate as pragas e doenças, os custos de um boi em pé é por demais alto em comparação com os custos de produção das demais áreas. Dessa forma, é discutível se exportar o boi vivo é tão viável, em que pese o alto custo no mercado internacional. A exportação da carne industrializada e de outros derivados do gado bovino, pode agregar mais valor, e gerar mais renda e emprego na região.
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