Guerra Civil na Síria: Entenda a crise
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Guerra Civil na Síria: Entenda a crise




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Imagem capturada na Internet  (Fonte: Yahoo Notícias - Foto: AFP)
 
"O que nos mata e mata nossas crianças não é apenas o regime.
A indecisão americana nos mata.
O silêncio de nossos amigos nos mata.
O abandono da comunidade internacional nos mata,
a indiferença dos árabes e muçulmanos,
a hipocrisia do mundo que se acredita livre nos mata"
 
(George Sabra - dirigente da oposição síria - Terra)
 

Há onze dias, toda a atenção e preocupação do mundo se voltaram veemente para a Síria (oficialmente, República Árabe Síria), país localizado no Sudoeste Asiático, mesclando sentimentos de perplexidade e de revolta diante dos atos de total barbárie contra civis com uso de armas químicas.  

Mapa de localização da Síria/Oriente Médio
Imagem capturada na Internet (Fonte: Blog Nós amamosGeografia)
 
Apesar de a oposição acusar o regime de Bashar al Assad, atual presidente da Síria (desde 17 de julho de 2000) quanto a autoria dos ataques, o mesmo contestou e, junto com a Rússia, atribuiu as ações aos rebeldes sírios que também negam.
 
Hoje, no entanto, após as investigações ?in loco? (nas áreas dos ataques) pelos inspetores da Organização das Nações Unidas (ONU) constatou-se que o governo do presidente Bashar Al-Assad foi o responsável pelo ataque químico.
 
Desde o início, a comunidade internacional e, mais especificamente, os especialistas em toxicologia não tinham dúvidas quanto ao uso de armas químicas em Damasco (capital da Síria) e adjacências, pois além do número elevado de mortos (1.429 pessoas, sendo 426 crianças) havia outra evidência (direta), o fato de nenhuma das vítimas fatais ou dos sobreviventes apresentarem qualquer tipo de trauma ou feridas.
 
A maioria dos especialistas (toxicologistas) descartam o uso do gás mostarda (utilizado nos últimos anos da I Guerra Mundial/1914-1918) e apontam para o uso do sarin, gás altamente tóxico e bem mais devastador, o mesmo que foi usado no atentado terrorista ao Metrô de Tóquio, em 20 de março de 1995.
 
Após quatro dias de investigações na Síria, os inspetores da ONU deixaram o país, ontem (31/08) e, embora o relatório conclusivo dos trabalhos investigativos ainda não tenha saído, as notícias mais recentes acerca dos mesmos confirmam o uso do gás sarin.

Em função disso, eminentemente, estamos à beira de uma grande operação de intervenção militar no país.
 
A guerra civil que se arrasta na Síria remonta o início da chamada Primavera Árabe, mais especificamente em março de 2011, quando diversas manifestações populares contra os regimes ditatoriais ocorreram no chamado Mundo Árabe, isto é, nos países do Norte da África e do Oriente Médio, predominantemente islâmicos, de cultura árabe.
 
Igualmente aos demais países deste grupo, o presidente sírio Bashar al-Assad, há 13 anos no poder (2000-2013), sofre pressão dos rebeldes - opositores ao seu regime - que tentam derrubá-lo e tomar o poder.
 
Iniciada de forma pacífica, as manifestações populares reivindicavam mais democracia e liberdades individuais no país, mas em razão da repressão violenta do exército sírio, a resposta dos manifestantes se tornou mais ofensiva com uso de armas. Com isso, a violência aumentou muito de ambas as partes.
 
O governo sírio acusava que a rebelião tinha influência e infiltração de terroristas internacionais, ligados à rede terrorista da Al-Qaeda. Não restam dúvidas quanto à participação de militantes islamitas, associados à referida rede terrorista, nas ações populares. Este fato em si justifica, inclusive, a não intervenção direta e imediata por parte dos EUA ou de outro país estrangeiro, ocidental, no conflito sírio.
 
O objetivo dos opositores ao governo de Bashar al-Assad é a tomada de poder, mas estes se queixam - justamente - desta falta de apoio das potências ocidentais. Muito embora, desde o início dos conflitos, em 2011, estes tivessem o apoio dos EUA, assim como ajuda humanitária, mas nada em termos de acordo militar. 

 
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Primavera Árabe
Imagem capturada na Internet (Fonte: Blog Radar Global -Estadão)

 
Ao longo dos anos, o conflito foi marcado por derrotas e vitórias de ambos os lados, isto é, tanto das forças de segurança quanto por parte dos rebeldes opositores. No entanto, ultimamente, o governo de Bashar al-Assad tem demonstrado maior domínio sobre a situação. Fato este, que não justifica o ataque com uso de armas químicas contra civis.
 
Talvez, em minha opinião, os ataques fossem para atribuir a responsabilidade aos rebeldes na tentativa de reverter a opinião pública e o apoio a estes no conflito. Não sei!
 
Liberados pelos EUA, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) se reuniu no último dia 29 de agosto e mesmo tendo por base ? sugestão do Reino Unido - o Capítulo VII da Carta da ONU que trata de assuntos geopolíticos ligados a conflitos com uso de armas químicas, as opiniões divergentes entre os cinco países permanentes (EUA, França, Reino Unido, Rússia e China), dificultou a tomada de decisão em represália aos ataques com armas químicas no país e, diante disso, o impasse quanto à intervenção militar continua.
 
A Rússia e a China, que fazem parte do Conselho de Segurança da ONU, sempre foram aliadas do governo sírio seja por interesses econômicos seja por interesses estratégicos na região. O Reino Unido também declarou ser contrário à intervenção militar na Síria.
 
Os EUA, por sua vez, já assumiram uma postura ofensiva a situação e declararam que estão a favor de uma intervenção militar imediata, mesmo sem o aval da ONU.
 
A França apoia a intervenção, assim como a Austrália e a Liga Árabe (Organização de Estados Árabes, fundada em 1945, que possui - atualmente - 22 países-membros. A Síria se encontra suspensa, desde novembro de 2011, por causa da Guerra Civil).
 
No entanto, o presidente Barack Obama advertiu que, antes disso, buscará a aprovação do Congresso norte-americano.
 
Tendo intervenção militar por parte da ONU, dos EUA apenas ou não havendo, uma coisa é certa, a situação da Síria é bastante caótica e instável, necessitando que algo seja feito em prol da sua população.
 
Além do número elevado de mortos, desde o início das manifestações populares em 2011, as perdas materiais são grandes, assim como o número de emigrantes (sírios que estão migrando para outros países). Com isso, a crise humanitária instaurada no país tende a se agravar.
 
Não restam dúvidas que o dia 21 de agosto de 2013 ficará registrado na sua história como um dos episódios mais triste e lamentável do país, tamanha a atrocidade cometida contra a população civil síria.
 
 
Imagem capturada na Internet (Fonte: Presseurop)
 
Fontes de Consulta
 
. Agência Brasil
 
. G1 - Revolta Árabe
 
. Presseurop
 
. Público
 
. Wikipedia





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