Prensa Latina - Agência Venezuelana de Notícias
Uma greve contra a atual política de austeridade do governo tcheco paralisou nesta quinta-feira (16), pela primeira vez na história, o metrô de Praga e afetou o serviço de trens de todo o país. Os grevistas pedem a renúncia do governo de centro-direita por causa do severo plano de arrocho que apresentou propondo o aumento da idade da aposentadoria, o aumento de impostos e a limitação de benefícios sociais. A greve, convocado pelos sindicatos de transporte público, começou na madrugada desta quinta e incluiu uma marcha pelas ruas de Praga até o Ministério de Finanças.
Os organizadores do protesto denunciaram que o governo não quer negociar a proposta dos sindicatos que defende a proteção dos trabalhadores com salários médios e baixos. O primeiro ministro tcheco, Petr Necas, advertiu recentemente que o programa de arrocho não será detido, ainda que tenha aceitado dialogar com os trabalhadores, o que, na prática, segundo estes, acabou não acontecendo. Segundo uma pesquisa divulgada este mês, cerca de 90% da população tcheca está descontente com a gestão do atual governo que já conseguiu a aprovação no Parlamento de alguns impopulares ajustes.
No final de maio, mais de 40 mil pessoas se manifestaram em Praga contra o plano de ajuste, justificado pelo governo como uma forma de reduzir o déficit fiscal até 2016. Em agosto de 2010, as medidas restritivas do governo tcheco já começaram afetar diferentes setores, como o universitário que sofreu um corte de 40 milhões de euros. O ministro da Educação, Josef Dobes, anunciou que os cortes no orçamento para a educação em 2011 serão ainda maiores, implicando redução de salários e restrição no ingresso de alunos.
A situação da república tcheca é comum a de vários países europeus, onde os cortes orçamentários converteram-se em moeda corrente das políticas oficiais defendidas pelo FMI e pelo BC europeu. Frente a isso, há alguns meses, milhares de pessoas têm saído às ruas, mobilizando-se contra essas medidas que são mais drásticas na Grécia, Espanha, Portugal e Irlanda.
Tradução: Katarina Peixoto
FONTE: Agencia Carta Maior