Mais uma vez, a França e, em especial, o seu presidente Nicolas Sarkozy, são manchetes nos jornais e outros tipos de mídias.
Desta vez, o alvo principal tem a ver com as últimas medidas adotadas pelo referido presidente quanto aos ciganos romenos e búlgaros, que estão sendo repatriados sob a alegação de segurança pública e do cumprindo das normas da União Europeia quanto à repatriação de estrangeiros da própria Comunidade (UE), desempregados, ao fim de três meses de entrada no país.
Embora, cerca de 2/3 dos franceses apoiem a decisão de Sarkozy em repatriação dos ciganos, hoje, em diversas cidades do país, a milhares de pessoas se manisfestaram contrárias à política repressiva do presidente em relação aos ciganos.
As manifestações ocorreram em mais de 130 cidades francesas. Na capital (Paris), onde se registrou a maior concentração de pessoas, segundo DN Globo, o presidente Sarkozy foi comparado ao general Pétain, o presidente-fantoche tolerado por Hitler, na França ocupada de 1940.
Como o apoio de diversas ONGs (Organizações Não-Governamentais), os protestos contaram com a participação de estudantes, sindicalistas, ativistas de direitos humanos, dirigentes de associações representantivas das comunidades imigrantes e militantes de todos os partidos de esquerda, sobretudo do Partido Socialista, que é a principal força da oposição ao governo atual.
Foi a primeira vez que a população francesa expressou seu descontentamento quanto à política de repatriação dos ciganos, medida esta, já contestada pela Organização das Nações Unidads (ONU) e pelo Vaticano, entre outras entidades.
O presidente Sarkozy tem associado os ciganos à crescente onda de violência no país, alegando que seus acampamentos são fontes de prostituição e de exploração infantil.
Discurso xenófobo, tal como é apregoado em relação à maior parte dos imigrantes na Europa.
Além de ser acusado por preconceito contra a minoria estrangeira, Sarkozy tem sido alvo de críticas por buscar ganhos políticos com estas medidas.
Reportando-me à postagem do último dia 30 de agosto, as últimas medidas repressivas do presidente da França, contra os imigrantes, perpassam não só pelo apoio à proibição do uso de vários tipos de véus e a burca por mulheres muçulmanas em locais públicos, como também a retirada da nacionalidade dos estrangeiros, naturalizados, sob situação de condenação penal e, mais recentemente, a deportação dos ciganos romenos e búlgaros.
As duas primeiras medidas (do uso de burca em locais públicos e da perda da cidadania francesa de imigrantes naturalizados) são projetos de lei, os quais serão votados no Senado, neste mês.
Fontes:
. DN Globo
. Estadão