Comentário da questão:
A energia solar e a energia eólica fazem parte do rol de fontes alternativas aos combustíveis fósseis, principalmente em virtude de duas características: elas são renováveis e não emitem gases poluentes durante o processo de geração. O fator que representa um limite para sua maior disseminação mundial é o alto custo tecnológico de seu desenvolvimento e utilização. Nos dois mapas, estão representados os países com produção mais relevante de energia elétrica a partir dessas duas fontes. Nota-se que a utilização de ambas é mais significativa em países ricos e com nível tecnológico avançado, e não necessariamente em países com as condições naturais mais favoráveis. No caso da energia solar fotovoltaica, os países com clima desértico seriam naturalmente mais favorecidos para geração a partir da incidência solar do que a Alemanha e o Japão, os dois países com maior capacidade instalada dessa fonte, em 2004. No caso da fonte eólica, o predomínio da Europa Ocidental e dos Estados Unidos não é explicado por nenhum fator natural que privilegie esses espaços. Uma exigência para a construção de parques eólicos, por exemplo, é a disponibilidade de espaço, atributo que não é abundante na Europa Ocidental, que é densamente povoada.
Comentário da questão:
No mapa que representa o percentual de energias renováveis de cada país no total da energia primária disponível, observa-se que o Brasil possui uma proporção elevada de uso desse tipo de fonte, quando comparado à maioria dos países do mundo. A principal justificativa para essa situação privilegiada do ponto de vista econômico e ambiental está relacionada à relevância de duas fontes renováveis na matriz energética nacional. A primeira é o grande potencial hidráulico do país do qual boa parte já é aproveitada, sobretudo nas áreas com maior demanda por energia. Além dessa fonte, o Brasil encontra-se em posição de destaque quanto ao aproveitamento da biomassa para a geração de energia, notadamente em função do uso do etanol derivado da cana para a produção de combustível.
Comentário da questão:
De acordo com o gráfico, o apogeu dos investimentos em energia nuclear corresponde ao período entre 1968 e 1985. A partir do reconhecimento desse recorte temporal e recorrendo aos necessários conhecimentos prévios acerca da economia e da geopolítica do período, é possível apontar as duas explicações para o fenômeno em questão:
Crise do petróleo: a acentuada elevação dos preços dessa fonte de energia na década de 1970 estimulou a busca por fontes alternativas, dentre as quais se destaca a nuclear, especialmente atraente para países com elevado desenvolvimento tecnológico e carentes de reservas de combustíveis fósseis.
Corrida armamentista: além do propósito de diversificação da matriz energética, os investimentos na energia nuclear também foram intensificados pelo interesse das grandes potências de produzir materiais físseis para fins militares. Essa estratégia era particularmente importante em um contexto geopolítico baseado na dissuasão do antagonista pelo estoque acumulado de ogivas nucleares.
Comentário da questão:
Fundada em 1953, a Petrobras foi instituída como empresa estatal responsável pela extração do petróleo no território brasileiro. Naquela conjuntura, a nova empresa deveria atender às crescentes demandas pela ampliação da exploração de riqueza estratégica para o desenvolvimento industrial brasileiro. A criação da Petrobras inseriu-se em um conjunto de práticas econômicas, iniciadas na década de 1930, em que foi implementado o controle do governo federal sobre a extração e o uso dos recursos hidrominerais. Na atualidade, com a descoberta e a exploração das reservas do pré-sal, os royalties vultuosos advindos dessa fonte tornaram-se alvo de disputas entre governos estaduais e municipais, fato ainda relacionado à permanência do controle da União.
Comentário da questão:
A energia eólica ainda é pouco importante na matriz energética brasileira, mas sua relevância vem aumentando rapidamente nos últimos anos, e as projeções indicam uma grande ampliação de sua utilização em futuro bem próximo. A observação do mapa permite reconhecer que a região Nordeste é aquela na qual o potencial eólico é o mais elevado, em virtude da maior velocidade média dos ventos ao longo do ano verificada nessa macrorregião do país.
As principais vantagens ambientais dessa fonte de energia estão associadas ao fato de ela ser não poluente (ou seja, não emite efluentes gasosos nem líquidos para o entorno) e renovável, além de não demandar grandes áreas para instalação dos aerogeradores, podendo inclusive aproveitar áreas não produtivas e/ou não ocupadas, como cristas de elevações e corpos d?água de pouca profundidade.
Comentário da questão:
Criado em 1975, pelo governo do presidente Ernesto Geisel, o programa nuclear brasileiro previa investimentos vultosos, por meio de parceria entre o Estado e empresas alemãs. Em princípio, o Brasil deveria se tornar referência em tecnologia nuclear na América Latina. Transformações políticas subsequentes, no entanto, frustraram sensivelmente essa pretensão. De acordo com a reportagem, o país hoje enfrenta sérios problemas de segurança nuclear, com destaque para os riscos de poluição ambiental, face ao contexto internacional de crescentes denúncias sobre acidentes e de expansão da defesa de fontes energéticas alternativas.
Governo já tem data para tirar Angra 3 do papel: 1º de setembro
O Brasil está muito próximo de tirar do papel a retomada do programa nuclear. O governo debateu por anos se deveria ou não reiniciar as obras de Angra 3. Por fim, em junho do ano passado, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) decidiu autorizar a Eletronuclear a construir a terceira usina em Angra dos Reis.
Pelos planos que o governo vem anunciando recentemente, Angra 3 será apenas a primeira de uma série de novas usinas nucleares que deverão ser construídas no Brasil.
Comentário da questão:
Após um longo período de ostracismo, nas décadas de 1980 e 1990, em virtude das pesadas críticas dos ambientalistas, a energia nuclear retornou ao centro dos debates acerca do futuro energético do planeta. Essa mudança ocorreu no contexto de uma reavaliação das características técnicas e ambientais dessa forma de gerar energia, o que acabou afetando as políticas públicas nacionais para o setor, conforme pode ser observado no fragmento do texto jornalístico. Diferentes posicionamentos, porém, continuam participando desses debates.
Argumentos favoráveis:
• O processo de geração não resulta na emissão de gases que contribuem para o aquecimento global.
• É possível construir as usinas em locais próximos aos centros consumidores, reduzindo custos com as linhas de transmissão e as perdas de energia.
• O Brasil tem a quinta maior reserva de urânio do mundo.
• O Brasil domina a tecnologia de enriquecimento do urânio, que é a etapa mais cara e sofisticada do processo.
Argumentos contrários:
• É uma forma cara de gerar energia, pois o custo do quilowatt é superior ao de outras fontes tradicionais.
• Há o problema ainda não resolvido, mesmo no restante do mundo, quanto à alocação dos resíduos radioativos, o chamado "lixo atômico".
• Há riscos ambientais de grande magnitude, ligados à possibilidade de um acidente que resulte em liberação de material radioativo para o meio ambiente.
Comentário da questão:
A energia solar está presente em todo o planeta. Contudo, considerando que, quanto maior a radiação solar direta, maior a capacidade de geração desse tipo de energia, lugares com clima desértico, como o norte do Chile, são favorecidos para essa finalidade. Destaque-se que o deserto chileno se caracteriza não só pela quase ausência de nebulosidade, que aumenta a radiação solar incidente, mas também por sua localização numa zona intertropical, onde há grandes períodos de luminosidade durante todo o ano, tornando essa área muito favorecida para a geração de energia solar.