ENCONTRO DOS BRICS
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ENCONTRO DOS BRICS


Depois da Copa do Mundo, o Brasil será cenário de outro evento internacional, a 6ª Cúpula do Brics, em Fortaleza (Ceará), no qual desponta uma tabela entre Rússia e Argentina (país convidado), além dos países-membros.  Não por acaso, foi a Rússia quem convidou a Argentina para participar da cúpula, num momento de extrema tensão vivido pelos dois países, cada qual em seu hemisfério e com suas particularidades.
O Brics (em inglês, "bricks" significa "tijolos"), nome dado por um banco americano ao grupo que representa os países emergentes mais influentes do mundo, unidos como forma de se contrapor às potências (G7). É composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
A cúpula do Brics será um palco para que Putin (presidente Vladimir Putin, da Rússia) e Cristina (a presidente Cristina Kirchner, da Argentina) falem ao mundo e se mostrem dentro de uma zona de influência que não depende dos grandes do Ocidente, segundo a professora Deisy Ventura, do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo (USP). Deisy considera o encontro estratégico, em especial, para a Argentina, curiosamente o país que não integra o grupo ? ao menos por ora, uma vez que a China defende seu ingresso, possivelmente com o apoio de peso da Rússia. Essa possibilidade se tornou mais clara no sábado, quando Putin visitou Cristina em Buenos Aires, na vinda para o Brasil, e ambos falaram em "aliança estratégica". Para a Argentina, em especial, é uma luz no fim do túnel, porque o Brics deve anunciar finalmente o acordo sobre seu banco de desenvolvimento, que, se der certo, poderá trazer novo equilíbrio entre as instituições financeiras que hoje existem ? estima a professora da USP. Há anos a Rússia defende a inclusão argentina ao grupo. Com a crise da dívida, esse apelo ganhou em urgência e arrebanhou a China. A questão não se resume ao apoio para o país sul-americano, que busca um plano de pagamento o mais indolor possível. 
A reunião do Brics deverá dar prioridade às discussões em torno da criação do banco de desenvolvimento dos cinco países, o que lhes daria uma coesão hoje inexistente. A meta é que seja uma alternativa ao Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento (Bird), o Banco Mundial. Além do capital de US$ 100 bilhões a que pretende chegar, a palavra "alternativa" é música aos ouvidos argentinos.
E será esse mesmo o tom do encontro em Fortaleza. Diante do fraco desempenho econômico de Brasil e Rússia, os presidentes dos países do Brics tentarão mudar o tom para sublinhar, em vez da importância dos emergentes na recuperação global depois da crise, a opção representada pelo grupo, combinando crescimento com redução da desigualdade. Será essa, aliás, a principal mensagem na declaração da cúpula.
Como anfitrião, o Brasil tem poder de influenciar o tema central da cúpula e a declaração final. Mesmo que os assuntos centrais do encontro sejam a implementação do banco de desenvolvimento do Brics e a criação do Arranjo Contingente de Reservas (CRA, na sigla em inglês), o tema proposto pelo Brasil é "Crescimento inclusivo, soluções sustentáveis". A intenção é mostrar que há outros modelos de desenvolvimento e que o Brics não é apenas um simples acrônimo (palavra que junta iniciais, muitas vezes de forma aleatória) ou um agrupamento de economias emergentes em rápido crescimento. Seria uma alternativa de países que conseguiram crescer diminuindo desigualdade e pobreza, mesmo que os índices ainda sejam altos. A plenária dos presidentes, amanhã, deverá ser centrada na ideia de que os cinco Brics são um exemplo de "fazer melhor para mais gente".
Tradução livre: A criação do nosso novo banco de desenvolvimento não  está  longe.
Charge com Dilma, Vladimir Putin, Narenda Modi, Hu Jintao e Jacob Zuma.








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