- A enchente de 1983 teve uma duração de 32 dias, do dia 05 de julho até 05 de agosto, atingiu a marca maior no dia 09 de julho, 15,34 metros. Criou-se daí em diante, um estigma de cidade das enchentes. Mas o tempo passou, e nem sempre a primeira impressão é a verdadeira. Hoje somos uma cidade alegre, com festas populares, turismos, e a nossa Oktoberfest criada em 1984 para levantar o animo dos Blumenauenses. Povo ordeiro e trabalhador nunca se deixaram abater pelas intempéries da natureza, que impiedosamente castigou os Blumenauenses.
Depoimento de Carlos Braga Mueller:
Algumas gerações sofreram com as enchentes de 1880 e de 1911. A nossa geração amargou as cheias de 1983 e 1984, tragédia em dôbro, uma atrás da outra.
A chuva e a névoa escura que se abateram sobre Blumenau durante quase todo o mês de julho de 1983 jamais sairão da minha memória. Na minha casa, na Vila Nova, eu podia ver e ouvir o barulho dos helicópteros da FAB que fizeram uma base na quadra de esportes da Cremer.
Todas as comunicações estavam cortadas e só rádio a pilha captava notícias. As emergências eram transmitidas pelos valorosos radioamadores. Foi uma alegria quando descobrimos que um telefone público estava funcionando! Ficava na Rua Engº Paul Werner, esquina com a Rua Daniel Pfaffendorf, em frente a um mercado que existia naquele local. Foi assim que pude tranqüilizar minha mãe e minhas irmãs, que moravam em Curitiba e que não tinham notícias de nós. Graças ao solitário telefone, talvez o único que ainda funcionava em Blumenau, pude pedir que mandassem água mineral. Alcina, uma das minhas irmãs, disse que ia mandar laranjas.
Minha casa não pegou água, mas estávamos ilhados.
Éramos uma população flagelada!
Para saber mais acesse: As Enchentes de Blumenau
Depoimento sobre a enchente de 1983/Carlos Braga Mueller Jornalista e escritor.
Arquivo de Adalberto Day