A cor marrom se deve à composição dos rejeitos de atividades de extração e beneficiamento de minério de ferro, da mineradora Samarco, os quais, em sua maior parte, é constituído por areia e óxido de ferro. De acordo com especialistas, o material não é tóxico e, por isso, não apresenta riscos à saúde. No entanto, para o ecossistema e para a população que depende direta e/ou indiretamente do rio, os problemas são grande e graves.
A mineradora Samarco é controlada pelas empresas Vale S.A. e da anglo-australiana BHP Billiton Brasil Ltda, sendo considerada a 10ª maior exportadora do país, operando em Minas Gerais e no Espírito Santo. Na localidade do acidente, a mineradora mantinha um sistema de rejeitos constituído por três barragens, a Germano, Fundão e Santarém.
Imagem capturada na Internet para fins ilustrativo
Fonte: Portal do Geólogo
Embora, as mídias tenham publicados que as duas últimas barragens, citadas acima, tivessem sido rompidas na ocasião do acidente, a mineradora em questão retificou, segundo o Portal G1, no último dia 16 do mês corrente, divulgando que foi só a barragem do Fundão, localizada a montante do distrito Bento Rodrigues e a 893 metros de altitude.
Imagem capturada na Internet para fins ilustrativo
e modificada no Adobe Photoshop
Fonte: G1
No entanto, eu ? no meu conhecimento ínfimo ? não consegui entender muito bem esta nova informação, tendo em vista que a barragem rompida se encontra localizada à montante da barragem de Santarém. E, com o rompimento da primeira, a estrutura da segunda represa (Santarém), fatalmente, seria abalada mediante o fluxo intenso e turbulento da lama, como é bastante visível no vídeo acima, compartilhado e, em outros, disponíveis na Internet.
Contrariamente, ao referido Portal de notícias, a quase totalidade dos meios de comunicação, confirmam o rompimento de duas barragens, a do Fundão e de Santarém.
Considerando estes novos dados, o volume de rejeitos de mineração liberados no acidente passou de 62 milhões para 55 milhões de metros cúbicos, o que equivale a 55 bilhões de litrosou mais de 20 mil piscinas olímpicas cheias.
De acordo com as últimas notícias, tanto a barragem de Germano quanto a de Santarém apresentam riscos de rompimento e, por isso, ambas estão sendo monitoradas e as empresas responsáveis confirmaram intervenções emergenciais para assegurar a estabilidade das mesmas, a fim de se evitar novo desastre ambiental na área.
Com o rompimento da barragem, a força do material de rejeito destruiu não só o distrito de Bento Rodrigues, como afetou outros da cidade de Mariana (Paracatu, Pedras, Ponte do Gama, Bicas e Campinas), os distritos de Barretos e Gesteiras, em Barra Longa, assim como as cidades do Rio Doce e Santa Cruz do Descalvado e outros, levado pelo curso do rio Doce.
Escoada e misturada às águas do referido rio, a lama já chegou ao Espírito Santo, atingindo as cidades de Regência, Linhares, Baixo Gandu e Colatina.
Segundo, especialistas na área ambiental, os distritos de Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo devem se transformar em desertos de lama.
Ainda não há informações precisas quanto às causas do rompimento da barragem. Sabe-se, no entanto, que houve registro de, pelo menos, dois tremores de terra (sismos) de baixa magnitude na área, no mesmo dia, cerca de duas horas antes do rompimento.
Tais tremores foram confirmados tanto pelo Observatório Sismológico da Universidade de São Paulo (USP) quanto pelo ObservatórioSismológico da Universidade de Brasília (UnB), mas até o presente momento, não se sabe se estes foram de ordem natural ou de ordem antrópica (em razão do próprio peso e/ou desestruturação dos reservatórios de rejeitos).
O problema maior é o rastro de devastação que a enxurrada de lama provocou em centenas de quilômetros, por onde passou, desde o ponto da barragem que se rompeu (distrito de Bento Rodrigues) até a foz do rio Doce. Cenário desolador que implica em danos nas esferas ambiental, social e econômica, na maioria dos casos, irreversíveis.
Só para se ter uma ideia dos impactos ambientais que este acidente causou e ainda poderá causar, eu listei alguns que foram mencionados pelos especialistas na área:
- Perdas materiais (residências, igrejas, escolas, postos de saúde, cemitérios, veículos etc.) e humanas (óbitos);
- Remoção total da população (desabrigados) do distrito de Bento Rodrigues, que foi varrido do mapa e que, de acordo com os especialistas, não deve voltar a ser ocupado pelo homem;
- Poluição intensa da água fluvial (águas de vários rios);
- Comprometimento da Bacia Hidrográfica do rio Doce (a quinta mais importante do Brasil);
- Alteração do pH da água dos rios;
- Interrupção do fornecimento da água às cidades das áreas atingidas, que aproveitam a água do rio Doce;
- Perda das áreas agricultáveis e de pastagem;
- Assoreamento do leito do rio Doce e outros cursos d?água (afluentes) da mesma bacia hidrográfica submetidos ao excesso de sedimentos (rejeitos);
- Mudanças (desvio) dos cursos dos rios;
- Colmatagem dos rios (entulhamento do leito e o rio seca);
- Morte de espécies da fauna (peixes, gado, capivara, entre outros) e da flora (mata ciliar, vegetação em geral);
- Interrupção da atividade pesqueira;
- Ameaça e riscos à fauna marinha após o deságue no oceano Atlântico, em razão da natureza dos sedimentos.
"A perda de habitat é enorme, e
o dano provocado no ecossistema é irreversível."
Ambientalista Marcus Vinicius Polignano
(coordenador do Projeto Manuelzão)
Distrito de Bento Rodrigues:
o antes e o depois do rompimento da barragem
Reprodução/Digital Globe First Look
Fonte: UOL Notícias
Devastação geral:
o antes e o depois do rompimento da barragem
Reprodução/Digital Globe First Look
Fonte: UOL Notícias
Imagem capturada na InternetFonte: UOL Notícias
Imagem capturada na Internet
Fonte: BOL Fotos
Imagem capturada na Internet
Fonte: Folha Vitória
Imagem capturada na Internet
Fonte: Folha Vitória
Fontes de Consulta
. Carta Capital
. G1 (várias edições)
. Jornal O GLOBO (impresso - várias edições)
. Pesca Amadora
. UOL Notícias