Geografia
Conflitos que surgem com as desigualdades sociais
Conflitos que surgem com as desigualdades sociais
Marlucio Luna
Segundo dados do IBGE, apenas 15% dos brasileiros têm as necessidades básicas atendidas. Só este número já daria conta da situação de pobreza em que vive grande parte do povo. Para muitos, seria também a explicação para os altos índices de violência no país. Fome, miséria, baixa escolaridade e desemprego resultam numa combinação desoladora e, no mínimo, perigosa. No entanto, sociólogos e especialistas ressaltam que o problema não é a pobreza em si, mas os conflitos gerados pelas desigualdades sociais. "Uma sociedade autoritária e de raízes escravagistas, que violenta e exclui a maioria, não pode colher tranqüilidade ao preço da repressão", afirma Lenardo Boff, fundador do Centro de Defesa dos Direitos Humanos de Petrópolis.
Mas nem sempre a equação social tem resultados previsíveis. Para um jovem de baixa escolaridade e classe social, por exemplo, são escassas as oportunidades de inserção no mercado formal de trabalho. Contudo, em termos quantitativos, só um número infimamente pequeno destes excluídos cai na criminalidade. Em contrapartida, a contar pela incidência de casos em escolas particulares da Zona Sul do Rio de Janeiro, parece crescer a criminalidade entre adolescentes das classes média e alta. "Esta constatação põe em xeque a teoria do determinismo social, que abre margem a distorções preconceituosas, como a de que o pobre está 'pré-destinado' a ser bandido", acredita a socióloga Rosana Heringer.
Segundo ela, as disparidades sociais são terra fértil para conflitos, mas a certeza da impunidade não dá freios à prática de novos crimes. "A relação custo-benefício favorece o crime. Dentro de um quadro caótico, no qual a polícia virou algoz e ter uma arma de fogo é sinal de status, ser bandido dá prestígio, dinheiro e poder", explica Rosana. Reconhecendo a crise ética da polícia, o advogado e ex-governador do Rio de Janeiro Nilo Batista ressalta que este se trata de um problema histórico. Desde os tempos do Brasil Colônia, passando pela ditadura militar, a polícia sempre esteve à serviço da elite para a repressão às massas. "Mesmo hoje, o pânico da violência urbana fornece substrato ideológico para campanhas autoritárias de segregação social", constata.
Mas, além dos percalços históricos, da crise na polícia, das diferenças sociais e das políticas de exclusão, há muitas outras raízes sustentando o tronco da violência. Mesmo em culturas nas quais se vive em contexto social de grande tranqüilidade, não faltam casos aparentemente inexplicáveis de violência. Segundo a Psicologia, tudo nasce do desejo humano: a força motriz da vida que gera a rivalidade, o conflito e a violência. "A agressividade é a expressão dramática do ser vivo, cujo motor é a luta entre os princípios da vida e da morte", já dizia Sigmund Freud. O "pai da psicanálise" acreditava ser impossível ao homem banir a violência da sociedade - mas garantia que era possível controlar seus efeitos através da lei, da educação e da cultura.
Marlucio Luna é editor do projeto Século XX1.
-
Desabafo: A Geografia Que Amo Está Me Tirando O Sossego Da Alma
Imagem capturada da Internet (Fonte: O Dia On Line)? Não sei se a tristeza que me aperta o peito é um reflexo e consequência apenas dos atos criminosos que se espalharam pela cidade do Rio de Janeiro ou das lembranças da impotência diante da perda...
-
Questão De Geografia - O País Em Estado De Guerra
Resposta: B
Comentário: A terceira frase é absurda: a destruição das favelas jamais iria resolver a questão da violência.
PUC - RJ Atualmente, no Rio de Janeiro, com freqüência podemos ler nas manchetes dos jornais que a polícia "ocupou",...
-
A Psicologia Social Da Tropa De Elite
30/ 10/ 2007 - violência A psicologia social da Tropa de Elite Ronaldo Pilati Doutor em psicologia. Professor de psicologia social do Departamento de Psicologia Social e do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social, do Trabalho e das Organizações...
-
A Segurança Pública Tucana
Editorial da edição 492 do Brasil de FatoA política de segurança pública de São Paulo está falida. Uma política que se resume em aumentar o número de presídios e o número de policiais militares Diante da repercussão do assassinato...
-
Série Conflitos Urbanos
por Michelle Amaral da Silva e Patricia Benvenuti Somente este ano a capital paulistana registrou dez conflitos em regiões de periferia. Com cenas transmitidas pelas televisões que até parecem repetidas ou orquestradas, os protestos tem como característica...
Geografia