Muito se fala a respeito das transformações que vem ocorrendo na sociedade brasileira no decorrer dos últimos anos e, mais ainda, da ascensão social da classe C, isto é, a classe média. O interessante é que, com tanta badalação em torno deste assunto, na verdade, muito pouco se sabe sobre como essas classes são divididas e, muito menos, dos critérios utilizados para classificá-las.
Quando abordo este tema em sala de aula, dependendo do colégio, as opiniões variam e os comentários sobre os rendimentos que definem a presença de uma família nesta ou naquela categoria são totalmente discrepantes.
Para simplificar as coisas, vou tentar mostrar de maneira breve que os estudos realizados pelas diversas entidades envolvidas em tal tipo de análise fazem uso dos mais variados parâmetros para avaliar onde se encaixa um determinado segmento da sociedade.
O grau de instrução, o valor dos rendimentos, o poder aquisitivo de um grupo específico, os bens de consumo existentes em cada residência, a presença ou não de empregados domésticos são alguns dos referenciais que direcionam o encaminhamento dessas análises.
Todos esses dados são de extrema relevância caso considerarmos que a modificação do perfil da população brasileira também implica numa significativa mudança de comportamento, de exigências e, consequentemente, de hábitos de consumo.
Uma das entidades responsáveis por esse tipo de levantamento é a ABEP (Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa), através do seu Critério de Classificação Econômica Brasil, que faz questão de salientar que essa estratificação do mercado é uma divisão em classes econômicas, e não sociais. Levando em consideração os dados do Levantamento Sócio Econômico (LSE) de 2009, do IBOPE, para se chegar a uma definição, os seus estudos consideram o quanto é a renda mensal total de uma família constituída por quatro pessoas. Veja abaixo os valores estabelecidos:
Classe A1: renda média por pessoa, R$ 11.480,00; renda familiar acima de R$ 45.920,00.
Classe A2: renda média por pessoa, R$ 8.295,00; renda familiar de R$ 33.180,00 até R$ 45.920,00.
Classe B1: renda média por pessoa R$4.754,00; renda familiar de R$ 19.016,00 até R$ 33.180,00.
Classe B2; renda média por pessoa, R$ 2.656,00; renda familiar de R$ 10.624,00 até R$ 19.016,00.
Classe C1: renda média por pessoa, R$ 1.459,00; renda familiar de R$ 5.836,00 até R$ 10.624,00.
Classe C2: renda média por pessoa, R$ 962,00; renda familiar de R$ 3.848,00 até R$ 5.836,00.
Classe D: renda média por pessoa, R$680,00; renda familiar de R$ 2.720,00 até R$ 3.848,00.
Classe E: renda média por pessoa, R$415,00; renda familiar de R$. 1.660,00 até R$ 2.720,00.
http://www.abep.org/novo/Content.aspx?SectionID=84
http://www.abep.org/novo/Content.aspx?ContentID=301
O IBGE também considera como base a renda total familiar de uma família de 4 pessoas, só que os valores diferem dos apresentados na tabela anterior.
Classe A: acima de R$ 15.300,00.
Classe B: de R$ 7.650,00 até R$ 15.300,00.
Classe C: de R$ 3.060,00 até R$ 7.650,00.
Classe D: de R$ 1.020,00 até R$ 3.060,00.
Classe E: Até R$ 1.020,00.
Já a FGV (Fundação Getúlio Vargas) se baseia nos últimos dados da Pesquisa Nacional de Amostragem por Domicílo (PNAD) e divide as classes econômicas considerando os indicadores que identificam o grau de desigualdade existente na relação entre distribuição de indivíduos com a renda domiciliar per capita.
Classe A: a partir de R$ 6.330,00.
Classe B: de R$ 4.855,00 a R$ 6.329,00.
Classe C: de R$ 1.126,00 a R$ 4.854,00.
Classe D: vai de R$ 706,00 a R$ 1.125,00.
Classe E: até R$ 705,00.
Finalizando, se compararmos o resultado de um instituto com o outro, os resultados aparentam ser confusos e contraditórios, mas se olharmos bem dá para perceber que, mesmo com valores distintos e uso de metodologias que podem apresentar certas distorções, os números apresentados possuem pelo menos uma coisa em comum: a conclusão de que o Brasil está mesmo mudando.
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