Normalmente não costumo fazer mais de uma postagem no mesmo dia por vários motivos. Às vezes é por pura falta de tempo ou de inspiração, em outros porque prefiro publicar os meus textos em doses homeopáticas. Tenho que valorizar os temas que são direcionados à minha ?legião de leitores?.
Vamos direto ao assunto que me fez ficar literalmente de cara, não acreditando no que estava vendo.
Descobri a charge acima através do blog Quatro Cantos da Cidade, do Alessandro, de Sarandi, um município colado à Maringá, que saiu no dia de ontem em um jornal com sede em Curitiba (e ainda ganhou o destaque como ?charge do dia?). Tentei interpretá-la sob os mais diversos pontos de vista, até imaginei que o macaco estava ?pê da vida? porque todo o seu estoque de bananas ia ser encaminhado para o almoço oferecido ao presidente estadunidense. Sinceramente, por mais que eu olhasse, tudo se encaminhava para um só lugar: preconceito.
Quero crer que a intenção de seu autor, de nome Solda, não tenha sido demonstrar nenhum tipo de discriminação, não só em relação ao Obama, mas contra os negros de maneira geral. Espero mesmo que ele apenas tenha sido infeliz, muito infeliz, na explanação de sua ideia.
O que me provoca surpresa é um jornal como o Estado do Paraná, por meio do portal Paraná Online, publicar tal absurdo. Não se trata de censura prévia ou nem aquele papo de politicamente correto (que tanto abomino e me provoca a mesma repulsa quanto a de agora), mas convenhamos que há que se ter bom senso naquilo que se fala.
Sou um defensor ferrenho de toda e qualquer forma de manifestação, inclusive sou um admirador confesso de charges e cartuns, que considero como representações que falam ao público de forma clara, direta e contundente.
Talvez tenha sido essa mesma objetividade que provocou que o chargista caísse em sua própria arapuca. De qualquer modo, essa visão torta e estereotipada não cabe mais no mundo de hoje.
Tem gente que se alimenta de polêmica, azar o delas. Cheguei a cogitar ficar quieto e desprezar solenemente a existência do desenhista citado e da charge em questão para não fazer marketing pro cara, só que não é bem assim que a banda toca, não.
O que não pode acontecer é ficarmos passivos perante uma situação como essa, achar tudo engraçadinho e dizer que as coisas são assim mesmo e pronto. Não dá para deixar isso passar em branco (sem trocadilhos, por favor), por isso que quero demonstrar toda a minha indignação diante de algo que, tenho certeza, não traduz o pensamento do povo paranaense.
Pra terminar, um recado para o autor:
Tenho um amigo de longa data que é seu companheiro de profissão. Admiro e respeito profundamente a fina ironia e a acidez crítica dos traços de chargistas e cartunistas, como também sei que, muitas vezes, seus trabalhos podem ser mal interpretados ou incompreendidos, talvez por vocês não usarem muito as palavras em suas representações.
Até entendo que deslizes possam ser cometidos (e perdoados). Sou professor e dá pra sentir na pele como a pressão é grande sobre a nossa categoria. A cobrança em cima da gente pesa mais do que toda a Cordilheira dos Andes.
Por mais que se fale sobre a nossa valorização profissional, pertenço a uma classe que não pode errar ou ter um dia ruim. Você acerta a vida inteira, mas se um dia dá uma escorregada ou fala uma besteira qualquer para um aluno, a sociedade toda cai matando em cima de ti.
Ao falar sobre algo ou alguém que não conheço, estou contrariando um de meus princípios mais elementares. Isso não é do meu feitio e chega a me incomodar um pouco. Até imagino que você seja uma pessoa legal, mas você há de convir que se deve ter o máximo de cuidado naquilo que expomos, todos nós temos uma tremenda responsabilidade quando o que fazemos atinge outras pessoas.
Boa sorte em sua jornada!
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