Cem anos de Fla-Flu
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Cem anos de Fla-Flu



O Fla-Flu fez 100 anos.

Quando alguém diz que este é o mais charmoso de todos os clássicos, tal afirmação não carrega nenhum tipo de arrebatamento ou exagero, tão comuns quando se trata da paixão pelo futebol.

O Fla-Flu é diferente.

Se você não é do Rio, talvez seja difícil de entender toda a magia que envolve um dia de jogo entre rubro-negros e tricolores.

Pouco importa se a partida é decisiva. Se for, melhor.

Dia de Fla-Flu deixa a cidade com um clima mais ameno e colorido, assim como altera a fisionomia das pessoas, deixando-as com um semblante muito mais leve, como se pressentissem a proximidade da ocorrência de um momento de felicidade suprema.

Pra começar, o Fla-Flu não é um derby. Trata-se de um clássico no sentido pleno da palavra.

O tricolor Nélson Rodrigues e o rubro-negro Mário Filho, irmãos que contribuíram para imortalizar o Fla-Flu

A rivalidade entre os dois clubes não foi alimentada pelo ódio. Brigas entre torcedores das duas agremiações não são tão frequentes como em outros clássicos. Já presenciei diversas dessas disputas entre as duas equipes, vitórias antológicas e derrotas sofridas, mas até elas não carregavam o mesmo peso do que representaria perder para um outro adversário que nem de longe mereceria ter o nome citado.

Existe um certo respeito, uma quase admiração, que não deve ser confundida com temor, entre ambos. Coisa que beira as raias do desconhecido e que acho que nem Freud saberia explicar.

Talvez a explicação para tanta coisa sem razão de ser esteja na forma sobre como surgiu esse confronto entre opostos. Se o genial, apesar de tricolor, Nélson Rodrigues afirmava que "o Fla-Flu começou 40 minutos antes do nada", concordo plenamente que o Fla-Flu já existia antes mesmo do Big Bang, mas apareceu para nossos olhos de um modo tão repentino, na mesma intensidade do ritmo de modernização de uma cidade que buscava a sua identidade, que, quando nos demos conta, já estávamos totalmente envolvidos.

Origens distintas que se cruzam pelas circunstâncias, o nascimento do Fla-Flu é o símbolo de uma sociedade em transformação. A dissidência de atletas do nobre e esnobe Fluminense Football Club que se debandaram para o Clube de Regatas do Flamengo, que reunia jovens arruaceiros praticantes do remo, esporte encarado como sinônimo de virilidade, estabelece uma relação de quase parentesco entre os dois, como se estivéssemos falando daquele primo-irmão que não topamos muito e que, como sempre o encontramos nas reuniões de família, temos que tolerá-lo de boa fé para não desagradar os parentes.

Os tempos mudaram e as cabeças também, mas o Fla-Flu continua Fla-Flu.

Se você pretende levar algum amigo estrangeiro em visita ao Brasil para conhecer as coisas da terra, além da festa e do futebol em sim, leve-o a um Fla-Flu, uma das maiores expressões de nossa cultura.

É uma questão de bom senso, diria, obrigação.

Crônica de Nélson Rodrigues sobre o Flamengo





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