Capitalismo e Meio Ambiente, existe convivência pacífica?
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Capitalismo e Meio Ambiente, existe convivência pacífica?





Desde a Revolução Industrial, principalmente ao longo dos últimos 100 anos, desencadeou-se um processo de grande devastação ambiental, onde retirou-se incessantemente da Natureza os recursos necessários para gerar o ?progresso? e os altos lucros de grandes indústrias capitalistas e de grupos econômicos transnacionais.

No início desse processo, os operários eram obrigados a trabalhar quase que sem descanso e morar em cortiços úmidos e mal cheirosos, amontoados junto às fabricas, respirando a fuligem das chaminés e bebendo água contaminada. Explorados ao extremo, estes operários morriam trabalhando, sem qualquer proteção para si e para as suas famílias. E quando reclamavam, eram dispensados e trocados por outros que, devido as dificuldades impostas pelo período histórico de miséria e fome do povo, aceitavam as condições impostas.


Este quadro, que parece antigo, é atual. Pois mesmo com o progresso da ciência, dos meios de produção e da própria sociedade, as coisas continuam iguais ou quem sabe, piores. Pois vejamos: com a globalização o livre fluxo de bens e capitais que favorece somente aos ricos, os operários continuam como a cem anos atrás, os direitos trabalhistas lhes são tirados a cada dia e isto quando não são trocados por máquinas, tudo em nome redução de custos e elevação dos lucros. São relegados a meros números estatísticos. Vítimas desta globalização, são forçados a habitar áreas insalubres, passam fome e outra privações. Onde está o progresso?

Por outro lado, nunca se devastou tanto a Natureza como hoje. Em relatório recente da ONU, apresentou-se um quadro crítico, em que em aproximadamente trinta anos um terço das espécies de animais estarão extintas devido a devastação das florestas. Dois bilhões de seres humanos sofrerão com a escassez de água, e estes estarão principalmente, no países pobres, bebendo água contaminada com seus próprios dejetos. A fome e as epidemias estão dizimando populações em países periféricos, mas mesmo assim são cada vez mais aviltados de suas parcas riquezas, pelos países centrais, pelas suas empresas transnacionais e pelos organismos de ?ajuda? internacional como o FMI.


Somente a partir de meados de 1970, é nos Estados Unidos que vai se iniciar o movimento ambientalista, denunciando os mais diversos crimes ecológicos em diversas partes do mundo. São criados órgãos governamentais para a proteção do meio ambiente, que elaboram e aplicam mecanismos para regular o uso dos recursos naturais, a proteção dos mananciais hídricos e do ar. Mas nem todos seguem estas novas tendências ambientais e muitas empresas, e até países, não respeitam as legislações ambientais existentes e continuam a degradar a Natureza.

Paradoxalmente, os Estados Unidos é um dos países que mais tem avançado na legislação ambiental, mas ao mesmo tempo, é o que menos as respeita, não se submetendo aos tratados internacionais sobre o meio ambiente. Um exemplo disso é o tratado de Kyoto, que trata da diminuição das emissões de CO2 na atmosfera, que contribui para as mudanças climáticas e o aquecimento global. Outro é a sua política externa draconiana, preocupada somente com a sua estabilidade interna, incentivando e financiando a exploração indiscriminada dos recursos naturais dos países em desenvolvimento, provocando graves problemas sociais e ambientais.

Enquanto imperar este modelo, de desenvolvimento a qualquer custo, enquanto o homem achar que é o dono da natureza e esta, está aí para servi-lo, todas as previsões sobre as conseqüências da devastação ambiental, por mais pessimistas que possam parecer, tendem a se concretizar. A palavra preservar não existe, o que realmente existe é o lucro e o lucro se consegue com mais produção e mais consumo de produtos, geralmente supérfluos, destinados ao deleite de uns poucos privilegiados.

É vital que a sociedade se conscientize de que não é mais possível continuar neste caminho, é preciso entender que as futuras gerações têm de viver neste mesmo planeta e que nós somos os responsáveis para que os nossos filhos e netos tenham, ainda, esse lugar.




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