Há décadas que o Brasil mostra sua inaptidão em promover um planejamento sustentável contra desastres naturais.
Entretanto, responsabilizar a natureza pelas inúmeras mortes e perdas materiais frequentes em cidades do Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Minas Gerais é admitir que o modelo de prevenção (se é que ele existe) está, no mínimo, equivocado.
Dá-se conta de que os recursos disponibilizados pelas defesas civis de inúmeros municípios não são aplicados, e quando são, referem-se apenas às questões estruturais e pontuais. Não pautam-se em instruir os cidadãos sobre as inadequações e riscos de edificações em morros e vales.
Outra questão que tem passado ao largo é a responsabilidade civil de prefeitos, sim dos prefeitos, que compete a eles a ordenação de uso e ocupação de solo urbano.
A cada nova temporada de chuvas assistimos atônitos as equipes de resgate e populares chorando sem ter muito o que fazer diante das tragédias anunciadas.
Vamos, mesmo assim, gastar os bilhões de reais dos "contribuintes" em obras de "infraestrutura" para assistirmos ao espetáculo do futebol? - que país é esse que se desinteressa completamente de seus cidadãos, que outro dia até o antigo Instituto do Índio iria ser demolido, não fossem os próprios índios saírem em sua defesa, com certeza já estaria no chão.
Ou ainda, liberar recursos para alugar imóveis aos atingidos das enchentes e inundações, que logo são esquecidos pela mídia, que são aliciados pelas imobiliárias e servem para especular os preços dos aluguéis.
Sim, esse é o Brasil, o país do espetáculo do crescimento, que prometido aos quatro ventos que tinha no slogan "Brasil um país de todos" (que muitos liam 'país de tolos') e que agora estampa em seu estandarte "Brasil: país rico é país sem pobreza". Mas como isso? - como se persistimos em fórmulas inadequadas, não conseguimos atrelar o desenvolvimento econômico com o social, no final entregamos caixões para os nossos cidadãos.
Somos uma população por natureza solidária, que quando necessário não fazemos questão em ajudar nossos compatriotas, mas se a vergonhosa classe política (elitista e segregativa) fica a criar emendas orçamentárias para disputar seus quinhões políticos o brasileiro ficará soterrado em corrupção, desvio de finalidade e ingerência com dinheiro público.
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