Bad Religion
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Bad Religion



Dando uma pausa na sequência de postagens sobre a crise na Europa, mas não fugindo totalmente do assunto, vamos falar um pouco sobre música e comportamento.

Desde que Elvis Presley deu os seus primeiros requebros, lá pelos idos da década de 1950, para o desespero das tradicionais famílias estadunidenses, que o rock'n'roll é relacionado à rebeldia.

De lá para cá, muita coisa mudou. Novas tendências, estilos e modismos surgiram como reflexo das transformações ocorridas na sociedade. Muita coisa ficou pelo caminho, mas o que é bom de verdade, sobreviveu.

Na Inglaterra, onde o rock ganhou uma cara própria, grupos que compunham suas canções de forma mais elaborada seguiram o rastro aberto pelos Beatles, atravessaram fronteiras e conquistaram um público ávido por novidades.

O interessante é que, por mais que o rock inglês apresentasse harmonias meticulosamente arranjadas, não podia ser outro local do mundo que desse origem ao movimento punk.

A crise econômica que assolava a Inglaterra nos anos 70 foi campo fértil para que jovens sem perspectiva oriundos da periferia de Londres pudessem encher os pulmões e fazer muito barulho através da simplicidade dos três acordes de guitarra.

Fabricado ou espontâneo, o certo é que o punk rock é a expressão máxima da contestação. Os longos cabelos deram lugar a cortes propositalmente desgrenhados ou espetados, como o moicano (hoje utilizado pelas afetadas estrelas do futebol), e, em vez de roupas extravagantes, resgatou-se o couro como vestimenta básica, combinado com camisetas e calças rasgadas.

Depois, com a ascensão de Margareth Tatcher, a "Dama de Ferro", como primeira-ministra britânica, cargo que exerceu de 1979 a 1990, o movimento punk não parou mais de crescer, não se restringindo apenas aos subúrbios londrinos. Afinal, de que adiantavam o controle da inflação e os satisfatórios indicadores econômicos se a grande massa de trabalhadores continuava desempregada?


Atravessando o Atlântico, comprovando que o punk rock tornou-se um fenômeno global, adaptando-se ao perfil socioeconômico de cada lugar, a banda estadunidense Bad Religion tem uma bagagem de trinta anos de estrada. Letras ácidas, som cortante e críticos mordazes da política externa de seu país, as músicas do grupo californiano são uma bandeira desfraldada contra o conformismo e a alienação. Fugindo totalmente de todo o tipo de estereótipo, o vocalista, Greg Graffin, um senhor de aparência respeitável, de quase 48 anos de idade, autor de livros como "Anarchy Evolution: Faith, Science and Bad Religion in a World Without God", recebeu doutorado em Paleontologia Evolucionária pela Universidade de Cornell, apesar de ser formado em Antropologia e Geologia pela UCLA (Universidade da califórnia em Los Angeles), onde atualmente ministra aulas sobre Evolução.

Agora, me diz: o rock é ou não é coisa séria?

Assista à performance ao vivo do Bad Religion, fazendo rock de verdade, sem frescuras ou maiores presepadas.



1- Suffer
2- American Jesus
3- Infected
4- Sorrow
5- The Devil in Stitches
6- Wrong WayKids
7- Entrevista





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