Durante o mês de agosto, observou-se a persistência da condição de neutralidade do fenômeno El Niño Oscilação Sul (ENOS). Por outro lado, foi observada a persistência do aquecimento das águas superficiais ao longo do Oceano Pacífico equatorial, que vinha sendo observado em meses anteriores. Notou-se, durante o mês de agosto, a migração de águas mais quentes localizadas na porção leste do Oceano Pacífico, que haviam sido observadas em julho, em direção à porção central e oeste deste Oceano. Anomalias de Temperatura da Superfície do Mar (TSM) da ordem de 0,5°C a 1,5°C acima do padrão climatológico foram registradas na região central do Pacífico. Nas proximidades do Equador, na costa oeste da América do Sul, houve uma evolução para condições variando entre próximas à neutralidade a ligeiramente mais frias do que o normal. Durante as primeiras semanas de setembro, o Oceano Pacífico leste voltou a aquecer, sendo observadas anomalias de TSM da ordem de 0,5°C a 2°C acima do normal.
Em camadas oceânicas subsuperficiais, o padrão de anomalias de temperatura durante o final do mês de julho até a primeira quinzena de agosto era de predominância de águas anomalamente mais quentes se estendendo desde o setor oeste do Oceano Pacífico, entre 100 m a 250 m de profundidade, até a região leste do Pacífico, entre a superfície até 300 m. Este padrão apresentou uma desintensificação no final do mês de agosto, quando se observou a redução das anomalias de temperaturas subsuperficiais. Na primeira quinzena de setembro, houve a divisão da grande área de águas subsuperficiais mais aquecidas em duas áreas do Pacífico equatorial, uma localizada na porção oeste e outra na porção leste do oceano, mais próxima à superfície.
Em termos de circulação atmosférica, em agosto ainda foram identificados alguns padrões característicos remanescentes do fenômeno La Niña, particularmente na circulação atmosférica de baixos níveis sobre a região do Oceano Pacífico oeste, que apresentou anomalias de vento de leste. Entretanto, notou-se de julho para agosto o enfraquecimento deste padrão. Esta alteração no padrão de circulação pode vir a contribuir para o estabelecimento de condições atmosféricas associadas à fase quente do fenômeno ENOS, denominado El Niño, resultando em alterações do regime de precipitação principalmente das Regiões Norte, Nordeste e Sul do Brasil.
De acordo com os modelos de previsão climática, a previsão é de que as águas superficiais do Oceano Pacífico tropical continuem com um padrão anomalamente mais aquecido, dando indicação da evolução de condições de neutralidade para condições típicas de um fenômeno El Niño durante os meses de outubro, novembro e dezembro de 2012 (OND/2012).
Texto atualizado em 21/09/2012
O El Niño é um fenômeno causado pelo aquecimento das águas do Pacífico além do normal e pela redução dos ventos alísios na região equatorial. Sua principal característica é a capacidade de afetar o clima a nível mundial através da mudança nas correntes atmosféricas.
O nome ?El Niño? foi escolhido pelo fato do fenômeno de aquecimento das águas na costa do Peru acontecer em dezembro, próximo ao Natal, e faz referência ao ?Menino Jesus? ou, em espanhol ?Niño Jesus?. O fenômeno já era conhecido entre os pescadores da região por causar diminuição na oferta de pescados nesse período, mas, só ganhou fama mundial após o período de 1997 a 1998 quando alcançou seu período de maiores efeitos.
O El Niño provoca o enfraquecimento dos ventos alísios na região equatorial, ou seja, nos ventos que sopram de leste para oeste, provocando mudanças nas correntes atmosféricas que irão acarretar em precipitações e secas anormais em diversas partes do globo, além de aumento ou queda de temperatura, também anormais.
Os ventos alísios ao soprar no sentido leste-oeste, resfriam a superfície do mar próxima ao litoral do Peru e, de certa forma, ?empurram? as águas mais quentes na direção contrária, caracterizando uma diferença de temperatura entre as duas regiões. Então, na região de águas mais quentes ocorre a evaporação mais rápida da água e a formação de nuvens. Para isso, ou seja, para formar as nuvens, o ar quente sobe ao mesmo tempo em que o ar mais frio desce na região oposta, formando o fenômeno que os meteorologistas chamam de ?célula de circulação de Walker?. A ocorrência deste outro fenômeno forma outro, conhecido como ?ressurgência?, ou, afloramento das águas frias do oceano à superfície, dando continuidade ao ciclo.
O El Niño é justamente a ocorrência anormal desses fenômenos ocasionada pelo superaquecimento das águas do Pacífico.
Ao se tornar mais quentes que o normal, as águas oceânicas do Pacífico tendem a evaporar mais rapidamente e em uma região, ou superfície, mais extensa, e não apenas na parte oeste como ocorreria normalmente.
Os principais impactos causados pelo fenômeno no Brasil são:- secas na região norte, aumentando a incidência de queimadas;
- precipitações abundantes na região sul, principalmente nos períodos de maio a julho e aumento da temperatura;
- aumento da temperatura na região sudeste, mas sem mudanças características nas precipitações;
- secas severas no nordeste;
- e tendência de chuvas acima da média e temperaturas mais altas na região centro-oeste.
Na Colômbia há a redução das precipitações e na vazão dos rios, no Equador e noroeste do Peru ocorre justamente o contrário, enquanto que na região do altiplano da Bolívia e do Peru o el Niño causa secas intensas.
O fenômeno do El Niño vem sendo registrado desde 1877, tendo alcançado seu pico no período de 1997 a 1998, quando houve o maior número de catástrofes. O El Niño ocorre periodicamente com variação de 1 a 10 anos entre cada ocorrência.
Outro termo para se referir ao El Niño é a sigla ?ENOS? de ?El Niño Oscilação-Sul? que designa a interação atmosfera-oceano, associada às alterações nos ventos alísios e nos padrões normais de Temperatura da Superfície do Mar (TSM).
Fonte: http://enos.cptec.inpe.br/
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