Comentário da questão: Durante o regime militar, foi implementada a mais ampla política estatal de incorporação socioeconômica do território amazônico ao espaço produtivo nacional. Essa política pode ser segmentada em dois momentos distintos, conforme aponta o texto da reportagem. No primeiro, a ênfase se deu na colonização, tendo como eixo a rodovia transamazônica, criada para levar ?homens sem terra (do Nordeste) para uma terra sem homens?, segundo o discurso oficial. O foco dessa ação governamental estava pautado na implantação das agrovilas ao longo da famosa rodovia.2. UERJ-2012
No segundo momento, a estratégia passou a ser a de ?tornar a Amazônia uma fonte de divisas para o país?, ou seja, incorporá-la ao espaço de produção do capitalismo brasileiro, fosse com capitais nacionais ou estrangeiros. Para isso, o governo passou a gerenciar e a incentivar grandes projetos empresariais, relacionados principalmente à mineração (como o Projeto Carajás) e à pecuária (como o Projeto Cristalino da Volkswagwen).
Comentário da questão:
A participação direta do governo norte-americano na Segunda Guerra Mundial deveu-se, sobretudo, ao expansionismo japonês sobre áreas fornecedoras de matérias-primas, como o látex e a borracha, em regiões do Pacífico. Com a crescente aproximação diplomática dos governos Vargas e Roosevelt, o Brasil decide apoiar os Aliados, em 1942. Uma série de medidas emergenciais foram tomadas, justificadas sob a lógica dos necessários esforços para a participação do Brasil na guerra. A criação do Serviço Especial de Mobilização de Trabalhadores para a Amazônia ? S.E.M.T.A. foi uma dessas medidas, direcionada justamente para a extração da borracha na Amazônia. Como havia necessidade de mão de obra, houve estímulo à migração de trabalhadores nordestinos.
Comentário da questão:
A relação sociedade-natureza é historicamente referenciada, sendo influenciada não só pelas concepções de natureza de cada época, como também pelas distintas formações sociais. No caso abordado, faz-se o contraponto entre a concepção de natureza como fonte de recursos inesgotáveis, que prevaleceu durante o Regime Militar brasileiro, expressa na publicidade, e a atual visão de natureza como fonte de recursos que devem ser utilizados de forma sustentável.
Comentário da questão:
A extração do látex na região amazônica foi, entre finais do século XIX e o momento atual, uma das principais atividades de exploração dos recursos naturais da floresta tropical. As formas de organização do trabalho, da produção e da comercialização do látex alteraram-se profundamente ao longo desse período, sendo, todavia, repetitivos os conflitos associados ao acesso à terra e à exploração da mão de obra. Como mencionado no texto, o assassinato do líder Chico Mendes, em 1988, tornou-se um marco trágico da permanência de condições precárias de trabalho dos seringueiros, caracterizadas pela negligência quanto aos direitos trabalhistas e aos baixos ganhos auferidos com esse extrativismo.
BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a produção de biocombustíveis pelo Brasil rejeitando as críticas de que ela acelera o aumento dos preços dos alimentos em todo o mundo e prejudica o meio ambiente.
As crescentes críticas são um desafio à diplomacia brasileira e ao auge das exportações agrícolas, que transformaram o Brasil no maior exportador mundial de etanol derivado da cana-de-açúcar.
Competidores e críticos tentaram relacionar várias das exportações agrícolas do país, da carne à soja, com a destruição do meio ambiente e com más condições de trabalho.
RAYMOND COLITT, em 16/04/2008
Adaptado de www.estadao.com.br
Comentário da questão:
A possibilidade de ampliar a participação dos biocombustíveis na matriz energética mundial abriu um debate que envolve argumentos ambientais, técnicos e econômicos. Nesse quadro, o Brasil se destaca como um dos países com maior potencial para produzir biocombustíveis em larga escala e de forma eficiente, tanto do ponto de vista econômico quanto do ambiental. Apesar disso, uma das críticas apontadas pelos ambientalistas diz respeito à possibilidade de ampliação do desmatamento, sobretudo na Amazônia, agravando o ritmo já preocupante desse problema na região. Por outro lado, o governo brasileiro argumenta que o país é um caso único de nação com ampla extensão de terras ainda não cultivadas em terras já desmatadas e subutilizadas, seja porque estão ociosas, seja porque estão dedicadas a atividades de baixa produtividade, como a pecuária extensiva.
Comentário da questão:
O investimento na produção de energia hidrelétrica está relacionado a um conjunto de argumentos favoráveis à sua implantação, tanto do ponto de vista econômico quanto do ambiental. Ao mesmo tempo, dependendo das características socioambientais de cada bacia hidrográfica, várias críticas podem ser feitas a essa forma de gerar energia, como se verifica atualmente no debate acerca da Usina de Belo Monte.
No caso da Bacia Amazônica, por exemplo, identificada no mapa como Bacia I, a instalação de barragens para a operação desse tipo de usina resulta em consequências socioambientais negativas, como a inundação de sítios arqueológicos, o deslocamento de cidades e povoados, a salinização da água dos reservatórios, a formação de lagos artificiais de grande extensão, além da perda de grande biodiversidade da hileia amazônica, de territórios reservados aos grupos indígenas e de grandes áreas de solos agricultáveis, sobretudo os de várzea. Já a Bacia do Paraná, identificada no mapa como Bacia V, apresenta fatores favoráveis à hidreletricidade, tais como o relevo de planalto, os rios com grande volume de água, o clima tropical predominantemente úmido e a proximidade com as áreas de grande demanda por energia.
O agronegócio avança e é apontado por ambientalistas como a principal causa da devastação na Amazônia. Setores do governo e representantes de produtores rurais descartam a hipótese de recuo do agronegócio na Amazônia Legal e afirmam que a tendência será aumentar a produção em áreas de florestas já abertas.Diferentes critérios e objetivos podem orientar a divisão do espaço geográfico em regiões. Na Amazônia, uma variedade de parâmetros tem sido empregada para essa divisão, o que pode gerar dúvidas quanto ao recorte territorial de suas regionalizações.
Adaptado de Zero Hora, 16/06/2008
Folha de São Paulo, 01/06/2008
Comentário da questão:
A região Norte, uma das cinco macrorregiões do Brasil delimitadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, abrange os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. Já a Amazônia Legal, cuja delimitação foi resultado das políticas territoriais do regime militar para a Amazônia, abrange, além da região Norte, parte dos estados do Mato Grosso e do Maranhão.Os níveis elevados de desmatamento na Amazônia são associados ao avanço do agronegócio, centrado na produção de carne bovina e de soja.
Comentário da questão:
O recente avanço da cultura da soja sobre grandes porções do território brasileiro gerou um conjunto de impactos do ponto de vista ambiental, como, por exemplo, o desmatamento de significativas extensões de vegetação natural. Entre os biomas mais atingidos pela substituição de suas espécies por esse cultivo estão os campos limpos, no sul do país; o cerrado, na parte central; e a Amazônia, ao norte do território.
Entre os fatores que contribuem para a expansão da soja na região central do país estão o baixo valor da terra; o estabelecimento e o desenvolvimento das agroindústrias nessa área; as melhorias efetuadas no sistema de transporte regional; o relevo plano, com pequenas inclinações, que favorece substancialmente a mecanização; o desenvolvimento tecnológico para a produção de soja, executado por empresas de pesquisa agrícola, como a Embrapa; a concessão de incentivos fiscais pelos governos federal e estadual para a abertura de novas áreas de produção, a aquisição de máquinas e a construção de silos e armazéns.
Comentário da questão:
A análise comparativa dos diâmetros dos círculos que representam a quantidade de carbono armazenado pela biomassa das florestas do mundo permite identificar a América do Sul, a Europa Oriental e a Rússia como os espaços nos quais estão localizadas as formações florestais com maior potencial para amenizar o aquecimento global.
No caso da América do Sul, a única formação compatível com esse indicador é a floresta equatorial amazônica, uma floresta densa e úmida, com vários andares, sem vegetação rasteira, e que apresenta grande diversidade de espécies. Suas árvores possuem folhas perenes e latifoliadas.
Na região da Europa Oriental e da Rússia, a única formação florestal suficientemente extensa e preservada para abrigar essa biomassa é a floresta boreal ou de coníferas, também chamada de taiga. Trata-se de uma floresta aberta, adaptada a longos períodos frios e secos. Suas árvores possuem folhas perenes e aciculifoliadas. Nela, há pequena diversidade de espécies e presença de vegetação rasteira entre as árvores.