A transformação do espaço com o fim dos cinemas de rua
Geografia

A transformação do espaço com o fim dos cinemas de rua



Lendo um texto sobre os antigos cinemas de Maringá no blog da minha amiga Lu Oliveira, viajei no tempo e no espaço e acabei indo parar na minha Tijuca velha de guerra.

Se existe um lugar que sofreu profundas transformações com o fim das salas de cinema de rua, este lugar foi mesmo a região da Praça Saenz Peña e arredores, localizada na Tijuca, zona norte do Rio de Janeiro.

Não sei ao certo quantos cinemas existiam no bairro, mas lembro perfeitamente que era grande a quantidade de filmes exibidos simultaneamente, coisa que podíamos conferir (e escolher) caminhando pelas calçadas ou passando de ônibus pela Conde de Bonfim.

Para quem não é carioca e já ouviu falar na Cinelândia como uma espécie de Broadway tupiniquim, saiba que a Tijuca era o segundo maior pólo cinematográfico da cidade, motivo de orgulho para os nada bairristas moradores do bairro.

Alguns mais simples e outros mais suntuosos, os cinemas eram o fiel retrato de uma época. Atualmente, com a migração e a concentração dessas salas no interior dos gigantescos centros comerciais, um novo conceito de praticidade se impôs de forma definitiva.


Os tempos são outros, é verdade. Hoje em dia é até difícil imaginar uma fila debaixo de sol, chuva ou frio, sem falar no risco de enfrentar surpresas desagradáveis na saída de uma sessão. É melhor e mais seguro ir a uma das seis salas do Kinoplex Tijuca, no shopping que leva o nome do bairro, ou mesmo se deslocar para alguma outra parte da cidade. O importante é ter diversão e tranquilidade para toda a família, tudo reunido num único lugar, mesmo pagando caro por isso.



Muito se fala sobre o desaparecimento desses cinemas como um sinal da decadência da Tijuca. Sinceramente, acho que não é bem isso, não. O que houve, sim, foi uma combinação de fatores e uma sucessão de acontecimentos que acabaram provocando uma espécie de "esvaziamento" e a mudança de perfil de todo o bairro.

Se o que disse ali em cima fosse verdade, o fim de tantos cinemas seria um fenômeno local, restrito às adjacências da Praça. Mas não, tanto é que não foi só lá que algumas dessas salas viraram lojas, igrejas e até mesmo farmácias.

Recordo-me com carinho das idas às matinês do Metro Tijuca para assistir Festival Tom & Jerry. Do Olinda, que era o maior da cidade e deu lugar ao Shopping 45 (um dos primeiros, mas que na verdade se trata de um conjunto de galerias, com salas comerciais, escritórios e consultórios nos andares superiores do prédio, que não tem a cara dos templos de consumo de agora), sinceramente, não guardo nenhuma lembrança. Mas cinemas como América, Carioca, Art Palácio, Tijuca Palace, Tijuca 1 e 2 (na galeria Eskye) e o Cinema III estão muito presentes na minha memória.








Pra terminar, descobri que existe um livro que trata exatamente de tudo isso que acabei de falar. Ele se chama "A segunda Cinelândia Carioca - cinemas, sociabilidade e memória na Tijuca" (Editora Multifoco, 322 páginas), de Talitha Ferraz, que possui uma íntima relação com o bairro.


Leia o que o site "História do Cinema Brasileiro" diz sobre o livro:

?O livro de Talitha é resultado de uma pesquisa desenvolvida no mestrado do Programa de Pós-graduação em Comunicação e Cultura da ECO-UFRJ. A obra aborda a relação entre o espaço urbano da Tijuca, as salas de cinema de rua que lá existiram e as experiências de moradores e transeuntes do bairro. Trata-se de uma pesquisa etnográfica, que contou com a importante participação de informantes. Talitha Ferraz tem 28 anos, é carioca e mora na Tijuca, Zona Norte do Rio de Janeiro, desde os dois anos de idade. Atualmente é doutoranda em Comunicação e Cultura na ECO-UFRJ e graduanda em Filosofia no IFCS-UFRJ. É jornalista formada pela PUC-Rio.?

Fiquei curioso para ler.

Se você quer saber mais sobre o que motivou a jovem escritora a escrever sobre tal assunto, acesse o link e leia sua entrevista no Olhar Virtual, da UFRJ.

http://www.olharvirtual.ufrj.br/2010/?id_edicao=290&codigo=9

Matéria do Jornal O Globo

E ela ainda tem um blog, que é esse aí embaixo.

http://asegundacinelandiacarioca.blogspot.com/

Oi, pessoal, voltei para dizer que a Talitha gostou do que escrevi sobre o seu livro, tanto é que, gentilmente, comentou em seu próprio blog e agora também faz parte da família Geografia e tal (olha ela ali do lado!).

Todos os desejos que bons ventos soprem a seu favor e muito sucesso para ela. Afinal, como dizia o profeta, gentileza gera gentileza.




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