Escrito por Zé Neto | |
Capela, interior de Alagoas, como muitas deste estado, é uma pequena cidade que possui sua economia centrada, principalmente, nas movimentações comerciais das Usinas de moagem de cana-de-açúcar. Esta economia sofre enorme influência dos já consagrados membros do grupo dos mais ricos, a classe dominante. Muitos destes, além de latifundiários, fazem parte da gerência do velho e carcomido Estado, como o Deputado Federal João Lyra, o deputado estadual Sérgio Toledo e como o próprio João de Paula Gomes, prefeito de Capela e detentor de um vasto latifúndio, como os da maioria, para monocultura de cana-de-açúcar. Nesta circunstância o povo fica a mercê da época de moagem, a mercê do principal meio empregatício da cidade, o corte de cana. Como era de se esperar de uma cidade essencialmente agrícola, onde a maioria das terras produtivas está nas mãos do putrefato latifúndio. Em decorrência desta concentração do latifúndio, preocupado apenas com o plantio de cana, nas feiras da cidade de Capela e das cidades vizinhas, encontramos o absurdo preço dos alimentos. E é por isso que os camponeses em sua maioria estão sem terra para trabalhar e desta forma, o povo paga alto preço na hora de comprar o feijão, a batata, a farinha, a macaxeira, etc. Sem esperar por falsas promessas de politiqueiros, camponeses capelenses se organizam e foram à luta. Mesmo depois de resistirem firmemente a dois despejos das áreas que estavam a cerca de cinco anos, levantam alto a bandeira vermelha da luta combativa. No final do ano passado estes camponeses receberam a arbitrária reintegração de pose das Fazendas Reunidas e da Fazenda Pitombeira, junto à onda fascista de reintegração de posse feita pelo do velho Estado com a direção dos reeleitos gerentes do governo de Alagoas. Na fazenda Pitombeira nem se quer existiu documentação para alegar propriedade do latifúndio João Lyra. O único documento era o as armas nas mãos do “centro de gerenciamento de crise” (BOPE). Não mais que três meses se passaram, desde o primeiro despejo no final de 2010, para que os camponeses, junto com as chuvas do início do ano, retomassem a fazenda Pitombeira pela terceira vez ocupada. Retomaram para trabalhar e viver na fazenda que, como consta na documentação em cartório da cidade de capela além das dividas com o estado a fazenda não corresponde ao total alegado pelo latifundiário. Ou seja, dos mais de 250 hectares reivindicados pelo deputado João Lyra, apenas 90hec. realmente pertencem à fazenda Pitombeira. E os mais de 160hec. a quem pertencem? Como os próprios camponeses relatam no seu panfleto reproduzido abaixo: “a terra tem que ser destinada para quem vive e trabalha nela”. Camponeses quer terra e não repressão! Terra para quem nela vive e trabalha! Viva a Revolução Agrária!
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