A guerra das marcas no futebol
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A guerra das marcas no futebol



Você já parou para pensar porque times rivais possuem diferentes fornecedores de material esportivo? E os patrocínios nos uniformes? Já reparou que, se uma determinada camisa estampa, por exemplo, uma marca conhecida de eletroeletrônico, a outra traz gravado o nome de uma forte concorrente?

Será mera coincidência ou existe uma força maior no mundo da bola?

Não é a primeira vez (e provavelmente não será a última) que o futebol vira o centro das atenções aqui no blog.

Na verdade, trata-se de uma questão de lógica. Se o futebol é capaz de despertar os mais intensos sentimentos nos torcedores, é mais do que evidente que os grandes fabricantes de material esportivo jamais desperdiçariam tal filão para expandir suas áreas de atuação e consolidar suas marcas nos mais distantes rincões do planeta.

A publicidade está aí para não me deixar mentir. As camisas dos clubes, como disse acima, estão cada vez mais descaracterizadas, parecendo outdoorsambulantes com tantos patrocínios.

As emissoras de TV, que, por sua vez, ditam a cadência do jogo, cumprem um papel fundamental para reforçar a abrangência deste que é de longe o mais popular de todos os esportes, tornando as agremiações cada vez dependentes dos recursos provenientes dessa fonte que torna a receita das bilheterias dos estádios coisa sem muito importância.

Clubes ou seleções, a disputa para qual camisa ostentará o logotipo de uma dessas empresas é acirrada e cada vez se torna mais agressiva. E para que a imagem dessas transnacionais estejam associadas a equipes vitoriosas, a receita e simples: contratos tentadores e cifras astronômicas.

Pensando no caráter global do futebol, achei deveras interessante o artigo de Emerson Gonçalves, publicado no blog Olhar Eletrônico Esportivo, do Globo Esporte.com, que mostra as estratégias dos gigantes do ramo para seduzir clientes em potencial, seja em época de Copa do Mundo ou de um campeonato de forte apelo popular.

Ou será que você ainda tem dúvidas de que o futebol é um ótimo negócio?

 Real Madrid e Barcelona, rivalidade histórica com contornos de modernidade

Vamos ao texto.

Mexida global no mercado de patrocínios e fornecedores de materiais

A Nike informou ao mercado que colocou à venda a Umbro, além de estar procurando comprador para a linha Cole Haan.  A intenção, segundo a direção da empresa, é focar nos produtos Nike, mantendo, ainda, as linhas paralelas Jordan, Converse e Hurley.

A Umbro foi adquirida em 2008 por cerca de 600 milhões de dólares,  sem, contudo, apresentar o retorno que se imaginava. A empresa tem presença forte no futebol e acabava dividindo as atenções nesse mercado, muito provavelmente contribuindo para uma queda nos índices de retorno, ao invés de alavancar os ganhos da corporação. Ou seja, na prática mais atrapalhava do que ajudava.

Não por coincidência, esse comunicado de quinta-feira acontece poucas semanas depois que o campeão da Premier League, o Manchester City, trocou a Umbro pela Nike. O novo contrato terá início na temporada 2013/2014, prolongando-se até 30 de junho de 2019, num total de seis temporadas, com a Nike fornecendo todo o material de jogo, treinos e linhas relacionadas diversas. A Umbro continuará presente no uniforme dos citizens até 30 de junho de 2013.

Mark Parker, presidente e CEO da Nike foi claro no comunicado: ?Vemos tremendas oportunidades para acelerar nossos ganhos em todo o mundo, entregando produtos inovadores e inspirando os consumidores com a marca Nike.? A Nike é uma empresa totalmente marketing oriented, ou seja voltada para o marketing, que é quem dá as cartas, ao contrário de empresas product oriented. Uma empresa marketingoriented é, basicamente, tanto na teoria como na prática, uma empresa orientada para o consumidor, orientada para descobrir, conhecer e atender ao desejo do consumidor, enquanto uma empresa às antigas, do tipo product oriented, como já diz o nome é voltada para o seu produto, buscando para ele melhorias e desenvolvimentos, esperando que o consumidor faça a opção de compra a partir dessa visão. É bom que se diga, a bem da verdade e atualidade, que empresas voltadas para o produto há muito vêm decaindo no mercado, restando-lhes como tábua de salvação uma mudança na filosofia e na prática, coisas mais fáceis de planejar e falar do que fazer.

Bom, e daí? Isso aqui é um blog de futebol ou uma coluna com pretensões marqueteiras?

Futebol, futebol, pode ficar tranquilo, torcedor-leitor ou leitor-torcedor. Lembra do post sobre a proposta Adidas ao Flamengo? Dez anos de contrato por 350 milhões de reais? E todo o teretetê de fazer do Flamengo um de seus clubes A? Lembra, também, da Vulcabrás trocando Reebok (marca da Adidas) por Olympikus (marca própria) no Cruzeiro? E da recente investida da Nike no mercado do futebol de Pindorama, a doce terra das palmeiras (sem sabiás, apesar do que disse o poeta), trazendo para seu colo o Santos, Internacional, Coritiba e Bahia, para fazer companhia ao Corinthians e à Seleção Brasileira?

Pois bem, todos eles são movimentos de uma grande dança global, provavelmente uma valsa, com movimentos suaves, mesmo que rápidos, com marcas ora buscando posicionamentos nos mercados, ora buscando fortalecer-se nos mercados em que já atuam. Para continuar dançando bem, com bons parceiros, sem os quais não se pode dançar bem, a Adidas pretende tirar o Flamengo e, com certeza, como disse no post citado acima, não se restringirá ao clube da Gávea e terá de buscar mais parceiros, novos parceiros, agitando um bocado o salão.

A globalização no mundo da bola vai muito além das simples idas & vindas de atletas e sinais de transmissão.

Emerson Gonçalves - Olhar Crônico Esportivo - 02/06/12

http://globoesporte.globo.com/platb/olharcronicoesportivo/2012/06/02/mexida-global-no-mercado-de-patrocinios-e-fornecedores-de-materiais/

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