Geografia
A Geografia do consumo
Para quem é chegado a fazer uma análise mais apurada sobre o perfil do consumidor moderno, a Geografia é uma "sacola cheia" para se compreender como o surgimento de novas tecnologias provoca profundas transformações nos hábitos e comportamentos da sociedade de cada época.
Por mais clichê que seja dizer que o novo de hoje é o velho de amanhã, nunca é demais lembrar que a palavra consumo nem sempre esteve associada a um sentimento de prazer, como já mostrei aqui mesmo no blog, numa postagem intitulada Significado do termo consumo, quando reproduzi um pequeno texto extraído de um livro didático do 9º ano que gosto muito de trabalhar, o Observatório da Geografia - Territórios da Globalização, de Angela Corrêa da Silva, Raul Borges Guimarães e Regina Araújo (Editora Moderna).
Pra terminar, como este é um assunto que nunca perde a atualidade e se renova a cada dia, baseado no conteúdo do referido livro e atendendo a insistentes pedidos de meus queridos alunos, faço aqui um breve histórico, abrangendo os períodos compreendidos entre a primeira metade do século XX até o momento atual, mostrando diferentes fases, tendências e concepções daquilo que se entende por consumo.
- Depois do fim da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), transformação dos afazeres domésticos pelo surgimento de inúmeras facilidades (eletricidade, gás e água encanada) que propiciaram uma visível melhoria na qualidade de vida das pessoas da época.
- Advento do automóvel, provocando a reorganização dos espaços rural e urbano e criando um conceito de vida diretamente ligado a poder e liberdade.
- A evolução dos aparelhos eletrodomésticos (fogão, ferro de passar, máquina de lavar e geladeira) também contribuiu para a formação de novos hábitos de consumo.
- A partir da década de 1950, a popularização da televisão influenciou fortemente no estabelecimento de novos padrões de comportamento, seja através da programação das emissoras ou das propagandas veiculadas em sua grade.
- Já na década de 1990, a associação entre telefone e cartões de crédito facilitaram ainda mais o acesso aos produtos divulgados pelos anunciantes, criando um novo estilo de consumo, o de comprar sem sair de casa.
- No início do século XXI, é marcante a proliferação do computador de uso pessoal e a presença cada vez mais constante da tecnologia em nossa rotina diária.
- O acesso facilitado ao crédito, a velocidade e a comodidade ofertadas pela internet possibilitaram que as pessoas passassem a consumir uma enorme variedade de produtos, independentemente de sua procedência.
- Como não podia deixar de ser, a moda pegou carona nos veículos de comunicação de cada período para difundir suas marcas.
- O cinema, principalmente o estadunidense, foi o principal responsável pela propagação do american way of life, o "estilo de vida americano", criando modelos, vendendo ideias e mercadorias com a mesma intensidade.
- Apesar de os padrões de beleza variarem conforme o tempo, o culto à aparência exterior ganha uma força cada vez maior na sociedade globalizada de agora, como pode ser observado com a existência de uma infinidade de produtos destinados a satisfazer um público cada vez mais preocupado com a aparência.
- Os jovens, cada vez mais visados pelas campanhas publicitárias, correspondem a um poderoso e atrativo mercado para os fabricantes dos mais diversos produtos.
- A caracterização das chamadas tribos urbanas não deixa de ser um sinal de rebeldia, uma espécie de resposta dos jovens de condição social inferior aos padrões estéticos impostos pela sociedade.
- Apropriação cada vez mais intensa dos recursos naturais para satisfazer a crescente necessidade de consumo da sociedade capitalista.
- Compulsão ao consumo influenciada pela propaganda e rapidez acelerada do ritmo da inovação tecnológica.
- Aumento do ritmo de produção industrial e reduzida durabilidade dos produtos, resultando num desperdício que supera a capacidade de renovação da natureza.
- Desigualdades nos níveis de consumo de acordo com as diferenças socioeconômicas existentes entre os países.
- Proliferação do conceito dos shopping centers, os templos do consumo, que reúnem em um só lugar compras, lazer e serviços.
Conclusão do professor:
A preocupação com a questão ambiental se tornou uma realidade. O enorme desperdício e o destino do lixo produzido são apenas alguns dos temas que merecem uma atenção especial de nossa parte.
Atualmente, as empresas, cada vez mais envolvidas com as causas ligadas à preservação da natureza, não querem, jamais, vincular seus nomes a aspectos negativos, como a exploração do trabalho ou danos provocados ao meio ambiente.
Sustentabilidade e responsabilidade social são expressões que fazem a contrapartida ao aumento desenfreado do consumo. Assim como os produtos, as relações são efêmeras e descartáveis. E o ter, mais do que instrumento de afirmação social, é a mais perfeita tradução do que se entende por satisfação pessoal.
Você acredita que, em função do intenso estímulo ao consumo, vivemos em uma sociedade cada vez mais egoísta, imediatista e competitiva?
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Fonte: QUINO. Cada um no seu lugar. São Paulo: Martins Fontes, 2005, p. 15.
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